Los judÃos - Pe. Virgilio Filippo, 1939
Los judÃos - Pe. Virgilio Filippo, 1939
Pe. Virgilio Filippo foi titular da Paróquia da Imaculada Conceição do bairro de Belgrano, em Buenos Aires, por três décadas (1939-1969).
Inicialmente vinculado ao regime peronista [1], serviu como adjunto eclesiástico da Presidência da República (1947-1948) e deputado federal (1948-1952). Apresentou um projeto de lei para fechar a maçonaria, mas sequer entre seus companheiros de bancada conseguiu apoio para a iniciativa [2].
Assim como outros católicos, afastou-se de Perón por conta da onda anticlerical de 1954. Terminou preso em 16 de junho de 1955, em conseqüência dos sermões que proferia a respeito do conflito Igreja-Estado [3].
NOTAS:
[1] Não se deve estranhar que muitos católicos tenham, num primeiro momento, colaborado com o regime peronista, já que este contou com a simpatia da Santa Sé durante alguns anos. Nesse sentido, leia-se a carta que Pio XII enviou ao Presidente em 10 de junho de 1947, expressando sua satisfação com as medidas adotadas na área educacional e trabalhista:
"Com paternal complacência nos alegramos com este reconhecimento dos direitos da Igreja no campo da educação cristã, certos de que a instrução religiosa, ministrada convenientemente sob vigilância destes bispos, segundo os programas e textos aprovados pela autoridade eclesiástica, contribuirá não pouco para formar na Argentina os homens de amanhã como cristãos fervorosos e conscientes de seus deveres de cidadãos (...). Formulamos de todo coração nossos ferventes votos para que a obra levada a cabo em prol dos mais necessitados não esteja separada do bem-estar geral de toda a Nação, baseada na justiça e na caridade cristã" [FILIPPO, Virgilio. El Plan Quinquenal de Perón y los comunistas. Buenos Aires: Lista Blanca, 1948, p. 318].
Desta fase tranqiila há um testemunho do Pe. Agnelo Rossi, que esteve na Argentina em 1947:
"O governo atual tem seu apoio nos trabalhadores, na sua quase totalidade, e procura, assim o afirma, basear sua ação social nas encÃclicas pontifÃcias. Reconhece a atuação benéfica da Igreja e do clero e a prestigia. Isso vem acentuar ainda mais a benevolência dos operários para com o clero. Essa situação, aliada ao progresso material do paÃs, impulsionado por um governo realmente operoso (Perón inicia seu trabalho nas primeiras horas do dia e exige o mesmo de seus ministros), facilmente entusiasma a mocidade nacionalista católica, que vê os interesses da Religião e da Pátria admiravelmente entrelaçados" [ROSSI, Agnelo. Impressões de um estágio na Argentina. Revista Eclesiástica Brasileira, vol. 7, FascÃculo 3, setembro/1947, p. 533].
Depois, como bem sabemos, a coisa degringolou. Virgilio Filippo atribui a crise de 1954-1955 à infiltração de maçons no governo. Há quem diga que o próprio Perón fora iniciado nos ritos.
[2] FILIPPO, Virgilio. Imperialismos y Masoneria. Buenos Aires: Organización San José, 1967, pp. 132-139.
[3] Idem, pp. 158-159.
Fonte:
https://archive.org/details/los-judios-pe.-virgilio-filippo-1939