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Um “cristianismo” ao gosto do freguês?
“Acreditai nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai”.
No Evangelho de hoje, Jesus pela segunda vez é ameaçado de apedrejamento. Vimos durante o capítulo oitavo toda a polêmica ao redor de Jesus, que se apresenta como verdade, até culminar com a declaração: “Antes que Abraão fosse, eu sou”.
No Evangelho de hoje, Jesus novamente é ameaçado de apedrejamento. O que teria causado essa ameaça? Se voltarmos uns versículos, veremos Jesus dizer: “Eu e o Pai somos um”, ou seja, aquilo que os judeus confessam: “Não queremos apedrejar você por nenhuma das obras que realizou, mas porque você, sendo homem, está se fazendo Deus”.
Eis aí a realidade, patente a quem quiser enxergá-la. Qual é a identidade de Jesus? Jesus não é um homem que se fez Deus; Ele é Deus que se fez homem, coisa bem diferente.
No entanto, Ele continua a incomodar. Já se passaram dois mil anos, e Jesus continua a ser um incômodo!
De fato, estamos numa sociedade disposta a aceitar a existência do cristianismo, mas qual é o cristianismo que o mundo quer aceitar? Um cristianismo do relativismo religioso, para o qual Buda, um grande “iluminado”, colheu um aspecto da verdade; Maomé, outro “profeta” iluminado, colheu outro aspecto da verdade; Confúcio, outro; e até os “espíritos” vão-nos revelando outros aspectos. Ora, o cristianismo revelaria um desses tantos “aspectos”. O resultado é uma religião pluriversal, com a qual toda a humanidade pode estar em harmonia.
No entanto, isso não é cristianismo. O cristianismo não é a religião de um homem que captou um aspecto da verdade. O cristianismo é uma religião que tem algo que nenhuma outra religião tem. Temos a Deus que se fez homem.
Buda não é Deus, nem sequer diz que o é; Confúcio não é Deus nem pretende que os outros o considerem Deus; Maomé também não é Deus e tampouco está pedindo que o aceitemos como Deus. Mas Jesus é Deus, o que significa que o cristianismo tem uma coisa que nenhuma outra religião tem: Deus encarnado na história.
Ora, a um Deus encarnado é muito difícil de relativizar, porque Ele se manifestou concreta e realmente. É evidente que as mentiras e artimanhas do diabo fazem de tudo para esvaziar o cristianismo do seu conteúdo.
O que fazem os adaptadores do cristianismo? Dizem: “Ah, os Evangelhos não são o Jesus histórico. O que temos hoje é a visão de João… Existe um Jesus segundo João, outro segundo Mateus, que é diferente do Jesus de Lucas, e este do de Marcos e do de outros evangelhos, como o evangelho de Judas, de Maria Madalena etc.” Assim, existiriam várias facetas ou visões do Jesus, e ninguém saberia quem é o verdadeiro.
É evidente que isso é uma tentativa ideológica de esvaziar Jesus de sua verdadeira identidade. Vemos claramente que os cristãos de todas as épocas sempre creram que Jesus é Deus que se fez homem. Tentar agora vender gato por lebre, escamoteando-a, para que a nossa religião seja esvaziada e se coloque Jesus no panteão dos vários profetas e iluminados aceitos pelo mundo, é abastardar o cristianismo.
Gerações e gerações de cristãos derramaram o sangue para defender a verdade de que Jesus é Deus que se fez homem. E nós? Também estamos dispostos a derramar o nosso sangue para não esvaziar a verdadeira religião de Cristo? Pense nisso. Peça a Ele a graça de ser fiel. Sejamos cristãos!
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