Se antes Cervantes lia Odisseias modernas Bem acomodado Num amplo sofá Sigo agora o Anti-romance lá fora Escaldando a fala Aos gritos dos que Batalham um beijo Se antes Cervantes via Monstros, gigantes Em simples moinhos Modestas cenas no caminho Me deparo hoje Com o que a toda hora Foge no voo da fortuna Dos surpreendidos Daqueles que a derrota adora Se antes Cervantes agia Com os nervos à flor Do peito pronto A defender, a atacar Neste instante Não há quem plante Uma fantasia, não está Aqui o amigo criador De porcos, meu parceiro No passado O heroicizado Morreu numa cama Sem glória e sem Dinheiro No presente Este que vos assina A saga, segue Em frente, no desafio: Enfrentar-se.
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Um dos primeiros contos de Clarice.
Em realidade, o primeiro.
Publicado em 25 de maio de 1940.
Os problemas da relação entre Luiza e Jorge.
Um dia ela acorda e fica ensimesmada com o silêncio que sente em casa.
Nenhum ruído.
Conforme vai despertando, lembra do que aconteceu na noite anterior.
Produzido, editado, narrado por Carlos Eduardo Valente
Capa trabalhada a partir de uma foto de Clarice Lispector, encontrada na internet sem crédito ao autor, para esse audiobook por Carlos Eduardo Valente
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O livro físico Perdidos na Escuridão chegou hoje e resolvi fazer a live assim, de sopetão, pra falar dele e conversar um pouco com vocês.
O que é sempre muito bom, pois mais gente aparece e se inscreve.
Curto demais os papos que aparecem e poder conversar de forma agradável, mesmo que seja somente eu falando e lendo o que vcs escrevem.
É isso!
Um grande abraço a todos.
Vcs podem adquirir o livro fisico em
https://www.amazon.com.br/Perdidos-na-escurid%C3%A3o-Thiago-Moretti/dp/8536661933/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&dchild=1&keywords=thiago+moretti&qid=1625257233&s=digital-text&sr=1-1-catcorr
Lembrem-se sempre que vcs estão ajudando o tio Carlão a melhorar cada vez mais.
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A irmã de Fernando, Dra. Andreia, está cansada e sem entender o que acontece com o pseudo cadáver que seu irmão trouxe para examinar.
Ele pede ajuda ao seu assistente.
Ela está realmente assustada.
Ela acaba dormindo e é encontrada por seu irmão, durante um apagão que acontece no quarteirão onde está o hospital.
O que eles conseguem ver com as luzes de emergências não é nada bom.
Continue acompanhado Perdidos na Escuridão e se surpreenda cada vez mais.
Produzido, editado, narrado e interpretado por Carlos Eduardo Valente
Capa para este conteúdo criada por Carlos Eduardo Valente
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https://www.youtube.com/watch?v=-15b5ZMjp_M
Narração de um texto de Pedro Bial.
Imagem do site Pixabay, licença livre.
(https://pixabay.com/pt/photos/morte-escurid%C3%A3o-escuro-capa-capuz-164761/) PublicDomainPictures / 17913 imagens
Música instrumental Halleluya.
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Please watch: "PAPEAR COM OS AMIGOS "
https://www.youtube.com/watch?v=wGwHZF6p4p0
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https://www.youtube.com/watch?v=QPbE-Nwwd5c
É tão vasto o silêncio da noite na montanha. É tão despovoado. Tenta-se em vão trabalhar para não ouvi-lo, pensar depressa para disfarçá-lo. Ou inventar um programa, frágil ponto que mal nos liga ao subitamente improvável dia de amanhã. Como ultrapassar essa paz que nos espreita. Silêncio tão grande que o desespero tem pudor. Montanhas tão altas que o desespero tem pudor. Os ouvidos se afiam, a cabeça se inclina, o corpo todo escuta: nenhum rumor. Nenhum galo. Como estar ao alcance dessa profunda meditação do silêncio. Desse silêncio sem lembranças de palavras. Se és morte, como te alcançar.
É um silêncio que não dorme: é insone: imóvel mas insone; e sem fantasmas. É terrível - sem nenhum fantasma. Inútil querer povoá-lo com a possibilidade de uma porta que se abra rangendo, de uma cortina que se abra e diga alguma coisa. Ele é vazio e sem promessa. Se ao menos houvesse o vento. Vento é ira, ira é a vida. Ou neve. Que é muda mas deixa rastro - tudo embranquece, as crianças riem, os passos rangem e marcam. Há uma continuidade que é a vida. Mas este silêncio não deixa provas. Não se pode falar do silêncio como se fala da neve. Não se pode dizer a ninguém como se diria da neve: sentiu o silêncio desta noite? Quem ouviu não diz.
A noite desce com suas pequenas alegrias de quem acende lâmpadas com o cansaço que tanto justifica o dia. As crianças de Berna adormecem, fecham-se as últimas portas. As ruas brilham nas pedras do chão e brilham já vazias. E afinal apagam-se as luzes as mais distantes.
Mas este primeiro silêncio ainda não é o silêncio. Que se espere, pois as folhas das árvores ainda se ajeitarão melhor, algum passo tardio talvez se ouça com esperança pelas escadas.
Mas há um momento em que do corpo descansado se ergue o espírito atento, e da terra a lua alta. Então ele, o silêncio, aparece.
O coração bate ao reconhecê-lo.
Pode-se depressa pensar no dia que passou. Ou nos amigos que passaram e para sempre se perderam. Mas é inútil esquivar-se: há o silêncio. Mesmo o sofrimento pior, o da amizade perdida, é apenas fuga. Pois se no começo o silêncio parece aguardar uma resposta - como ardemos por ser chamados a responder - cedo se descobre que de ti ele nada exige, talvez apenas o teu silêncio. Quantas horas se perdem na escuridão supondo que o silêncio te julga - como esperamos em vão por ser julgados pelo Deus. Surgem as justificações, trágicas justificações forjadas, humildes desculpas até a indignidade. Tão suave é para o ser humano enfim mostrar sua indignidade e ser perdoado com a justificativa de que se é um ser humano humilhado de nascença.
Até que se descobre - nem a sua indignidade ele quer. Ele é o silêncio.
Pode-se tentar enganá-lo também. Deixa-se como por acaso o livro de cabeceira cair no chão. Mas, horror - o livro cai dentro do silêncio e se perde na muda e parada voragem deste. E se um pássaro enlouquecido cantasse? Esperança inútil. O canto apenas atravessaria como uma leve flauta o silêncio.
Então, se há coragem, não se luta mais. Entra-se nele, vai-se com ele, nós os únicos fantasmas de uma noite em Berna. Que se entre. Que não se espere o resto da escuridão diante dele, só ele próprio. Será como se estivéssemos num navio tão descomunalmente enorme que ignorássemos estar num navio. E este singrasse tão largamente que ignorássemos estar indo. Mais do que isso um homem não pode. Viver na orla da morte e das estrelas é vibração mais tensa do que as veias podem suportar. Não há sequer um filho de astro e de mulher como intermediário piedoso. O coração tem que se apresentar diante do nada sozinho e sozinho bater alto nas trevas. Só se sente nos ouvidos o próprio coração. Quando este se apresenta todo nu, nem é comunicação, é submissão. Pois nós não fomos feitos senão para o pequeno silêncio.
Se não há coragem, que não se entre. Que se espere o resto da escuridão diante do silêncio, só os pés molhados pela espuma de algo que se espraia de dentro de nós. Que se espere. Um insolúvel pelo outro. Um ao lado do outro, duas coisas que não se vêem na escuridão. Que se espere. Não o fim do silêncio mas o auxílio bendito de um terceiro elemento, a luz da aurora.
Depois nunca mais se esquece. Inútil até fugir para outra cidade. Pois quando menos se espera pode-se reconhecê-lo - de repente. Ao atravessar a rua no meio das buzinas dos carros. Entre uma gargalhada fantasmagórica e outra. Depois de uma palavra dita. Às vezes no próprio coração da palavra. Os ouvidos se assombram, o olhar se esgazeia - ei-lo. E dessa vez ele é fantasma.
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https://www.youtube.com/watch?v=VQjeytAb1qM
Retirado do site Sobrenatural.org, no item 10 Contos de Terror.
O autor não é especificado. Pode ser apenas uma história pra nos assustar ou, quem sabe, até que seja verdade! O mundo dos espíritos sempre é surpreendente.
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https://www.youtube.com/watch?v=rJ-puow8ZVk
Mais um conto de Katherine Mansfield presente no livro Felicidades e Outros Contos.
É dela o maravilhoso O Papel de Parede Amarelo.
Neste vemos, poeticamente, a relação de uma senhora de idade, que trabalha para fora, fornecendo comida a três rapazes, com o seu canário, que compra de um chinês.
Sua narrativa revela o apego da protagonista, uma senhora de idade, por um canário, fiel companheiro de muitos anos.
Vale observar que a ave revela seus sentimentos, um aspecto costumeiramente empregado pela escritora.
O Canário é um conto tremendamente poético.
Produzido, editado, narrado e interpretado por Carlos Eduardo Valente
Foto obtida na internet e tralhada como capa para esse conto por Carlos Eduardo Valente
Música de fundo: Musicbox Lullaby Nº 23 - licença livre
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https://www.youtube.com/watch?v=tOjJkdMzU8M
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não a tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é...
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
é do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem.
Assisto à minha passagem,
diverso, móbil e só...
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo,
como páginas, meu ser:
o que segue não prevendo;
o que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
o que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu...
...
https://www.youtube.com/watch?v=W3yNZZdNcj0