ludens
Ludens 2021 - 26min
Resenha por Fábio Luiz Pimentel
Uma das frases célebres do filósofo judeu alemão Walter Benjamin formula: “Todo monumento de cultura é um monumento de barbárie”. A introdução ao Ludens consiste numa homenagem mística à memória do Nego Vila, assassinado por um policial fora de seu expediente de trabalho, numa briga. O extermínio da juventude negra encontra sua amarga realidade na cultura do skateboard.
Entretanto, poderíamos nos perguntar:
Quais as conexões que podemos estabelecer entre as relações com o skateboard & David van Tieghemum, repercutindo as suas baquetas pelas possibilidades sonoras da cidade? Parece que, rodas, madeiras, trucks se convertem em verdadeiros condutores sonoros somados às trilhas que selecionamos para compor flanâncias, ou performances como a da Dornelândia, ou de Plantumana &, que, nos remete à discussão &, às nossas relações com a natureza. Estaríamos apartados dela? Se, sim, como nos reconectarmos? Se considerarmos esta conexão viável & necessária.A relevância, no Ludens & na produção ampla dos Flanantes, dada às ruas implica, eventualmente, quando não, cotidianamente, no confronto com a polícia militar & a defesa da propriedade privada que não pode visualizar a prática do skateboard como um balé da boa calçada, tal como formulado & assimilado por este Coletivo &, que, consiste numa das expressões mais bonitas & arejadas da “cultura contemporânea”. Aqui, o skateboard encontra suas dimensões de contradição com a sociedade envolvente na qual ele, parece, acena querer se adaptar, distanciando-se de suas dimensões históricas, contraculturalistas & que coloca no horizonte prático de reflexão & ação o skateboard como esporte Olímpico.
O Ludens se propõe estimular uma articulação entre o skateboard & a clássica obra do historiador da cultura, Johan Huizinga, intitulada: Homo Ludens. Huizinga nos adverte que o esporte implica numa série de concessões e admissões de regras advindas de fora &, à qual, “desportistas” se submetem, afastando-se, assim, dos enraizamentos do jogo das crianças, no caso das Olimpíadas, capitulando ao imperativo do capital imperialista. Se desejarmos romper com esta lógica, que faz das cidades e ruas vias de circulação de mercadorias & venda da força de trabalho, o Ludens nos abre caminhos arejados para as possiblidades múltiplas de re- interpretações de espaços, tal como formuladas por Klaus Bohms & à uma aliança da cultura do skateboard com o trabalho das teorias sociais. Flanar não se reduz a manobrar, flanar implica olhar ao redor dos nossos objetos mais particulares de expressão! Estamos no terreno da criatividade.
“O esp
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