do-patrimônio-cultural-e-seus
“As escolas de Biblioteconomia trazem no seu currículo disciplinas de cunho histórico e social, bem como o estudo das fontes de informação – nos seus mais variados suportes documentais. Todavia, não podemos afirmar que faz parte desse acervo os elementos que permeiam o fazer social e se representam naquilo que denominamos patrimônio cultural e podem contribuir para a construção de uma sociedade que se (re)conheça naquilo que apresenta e representa como parte da sua cultura.”
(ARARIPE, 2004, p. 112).
“Este texto pretende desenvolver algumas reflexões sobre patrimônio cultural, memória e cidade, como possibilidade de repensar o ensino e a pesquisa no que se refere àquilo que denominamos fontes de informação e a necessidade, que acreditamos seja possível e necessária, da inserção desse aparato cultural ou informacional, no conteúdo programático das disciplinas que trabalham com história e sociedade brasileiras.” (ARARIPE, 2004, p. 112).
“Se levarmos em consideração essas duas dimensões ou essas duas possibilidades de classificar o patrimônio, é preciso que estejamos atentos para além de um patrimônio “material” que é também estático, e pensarmos em um patrimônio “imaterial”, que é dinâmico, que pode caminhar, um patrimônio que tem leveza e movimento.” (ARARIPE, 2004, p. 113).
“Pensando assim, algumas questões emergem, são inquietantes e pedem respostas: patrimônio cultural e memória de quem? O que representa socialmente? É uma memória que se diz coletiva ou instituída pela instância governamental ou empresarial? O que é patrimônio cultural? Passado ou presente?” (ARARIPE, 2004, p. 114).
“Primeiramente apontamos a preservação, através de um registro oficial e/ou social que os resguarde do esquecimento ou de possíveis danos, pois é mister que ao pensar em preser#vação não nos fixemos nos feitos históricos. É necessário lembrar que existe um patrimônio que se encontra nas práticas cotidianas e é preciso que também seja preservado, isto é; apresentado como tal e com valor social.” (ARARIPE, 2004, p. 114).
“Em segundo lugar, e na mesma importân#cia, recuperando-os, tanto em suas estruturas físicas como nas realizações do homem em seu fazer cotidiano, quer seja nos festejos religiosos, nos costumes folclóricos, nos ritos de passagem, nas manifestações políticas, dentre outros.” (ARARIPE, 2004, p. 114).
“E em terceiro, conservando-os, na perspectiva de manter a memória como fonte para a reflexão histórica e a construção do espaço urbano, bem como na possibilidade e necessidade de uso social desse patrimônio, numa relação mais próxima com o processo educacional, já que acreditamos que o patrimô#nio é pedagógico. Se não dermos uma utilidade social ao que julgamos ou que se apresenta como patrimônio, ele com certeza morre ou, no mínimo, passa desapercebido.” (ARARIPE, 2004, p. 114).
“No que diz respeito à contemporaneidade o patrimônio agrupa pessoas, acontecimentos e coisas de quem fala e ouve, assim como se encontra presente nos projetos diferenciados e alternativos na sociedade, nas múltiplas identidades das classes sociais, nos grupos de idade, nas etnias, gêneros, correntes partidárias, etc. É passado e presente se conjugando na forma#ção de um patrimônio memória representativo do fazer social.” (ARARIPE, 2004, p. 114).
“Pensar na formação de um profissional que tem na informação a sua matéria prima e, ainda, numa multiplicidade de fontes de (in)forma#ção, pressupõe a possibilidade da incorporação desse aparato informacional no seu universo profissional e, portanto, a necessidade de trazer essa problemática para o ensino e a pesquisa, como forma de viabilizar a legitimação dos valores patrimoniais existentes.” (ARARIPE, 2004, p. 114).
“Queremos na verdade afirmar que a área biblioteconômica precisa ampliar o raio das conhecidas e tradicionais fontes de informação, desse conceito linear que olha apenas para aquilo que conseguimos juntar ou agrupar de forma ordenada e organizada. Há que se pensar em um acervo informacional que se encontra em qualquer lugar, de diferentes formas e sem nenhum ordenamento planejado, mas que diz muito da cultura e da história das pessoas e dos lugares. É um acervo dinâmico, pois é construído pelo movimento da vida.” (ARARIPE, 2004, p. 114-115).
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