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18 Apr 2022 15:49:57 UTC
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Entenda tudo que levou a polícia do Rio a prender Ronnie Lessa e Elcio Vieira de Queiroz pela execução da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes um ano depois do crime.
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PMs são presos no Rio sob suspeita de matar vereadora Marielle Franco
A Polícia Civil do Rio prendeu na manhã desta terça-feira (12) dois suspeitos de participarem do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, dois dias antes de o crime completar um ano, em 14 de março. Ambos são ligados à Polícia Militar.
Às 5h, uma equipe reduzida composta de integrantes da Delegacia de Homicídios e do Ministério Público do Rio cumpriu mandados de prisão em endereços dos suspeitos: o policial militar reformado Ronnie Lessa, 48, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, 46. Ambos negam participação no crime.
Segundo a denúncia, Lessa disparou os tiros que mataram Marielle, e Queiroz dirigiu o carro que interceptou o da vereadora, de onde partiram os disparos.
O delegado titular da Delegacia de Homicídios do Rio, Giniton Lages, disse em entrevista que as investigações do caso, ocorrido há 363 dias, ainda estão no início. Mas a segunda fase já foi deflagrada, com a expedição de ao menos 34 mandados de busca e apreensão que visam determinar se há mandantes para o crime e qual a motivação exata do assassinato.
Na mesma entrevista à imprensa, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), declarou que Lessa e Queiroz poderão receber uma oferta para fazerem delação premiada.
As investigações apontam que os homens que atiraram não saltaram do veículo no momento dos disparos. Em momentos da perseguição, segundo o delegado, houve grande distanciamento entre os dois carros, o que indicaria que os suspeitos tinham segurança do local da emboscada.
O homens usaram "toucas ninjas", que cobrem o rosto e deixam apenas os olhos à mostra, e uma segunda pele para ocultar tatuagens. Nenhuma das três testemunhas da cena conseguiu reconhecer os assassinos, e as imagens das câmeras de tráfego e segurança na cidade -algumas delas apresentadas pela primeira vez nesta terça, sem explicação para a retenção- não forneceram elementos para identificação.
De acordo com a Promotoria, "a empreitada criminosa foi meticulosamente planejada durante os três meses que antecederam o atentado".
Ainda não está claro, no entanto, se o crime foi articulado espontaneamente pelo policial militar reformado ou se ele foi pago por um mandante para assassinar Marielle.
Além da prisão, o Ministério Público solicitou suspensão da remuneração e do porte de arma de Lessa. Também foi pedido à Justiça indenização por danos morais das famílias das vítimas e pensão em favor do filho de Anderson até ele completar 24 anos -o menino tem dois anos hoje.
Os dois presos passariam a noite na Delegacia de Homicídios do Rio, para onde foram levados após serem detidos.
A operação desta terça foi a primeira com a participação do Ministério Público do Rio, por meio do Gaeco, grupo de combate ao crime organizado. Essa unidade investiga principalmente crimes relacionados às milícias no Rio.
A ação foi batizada de Lume, em referência ao Buraco do Lume, praça no centro do Rio em que parlamentares do PSOL costumam se reunir para falar de seus mandatos toda sexta-feira. Marielle tinha um projeto no local chamado Lume Feminista.
"É inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia", diz a denúncia.
Lessa foi preso em sua casa, no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde o presidente Jair Bolsonaro tem casa. Os trechos da denúncia divulgados até a conclusão desta reportagem não mencionam o presidente.
O delegado também confirmou que um dos filhos do presidente namorou a filha de Lessa, mas afirmou que o fato não interfere na motivação do delito.
Texto: Folhapress
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