Published By
Created On
24 Jan 2024 15:39:59 UTC
Transaction ID
Cost
Safe for Work
Free
Yes
More from the publisher
O-complô-para-assassinar-o-deputado-jerônymo-monteiro--1916
Diante do telegrama que damos abaixo, e que, por constituir uma notícia sensacional, destacamos da sessão do nosso serviço telegráfico, vemos patente que a oposição Espírito Santo vence não desmente nunca, em seus manejos torpes, o sentimento de caudilismo e de majorka, que sempre foi o seu lema.
Completamente desmascarados em todos os planos maquiavélicos, que armaram contra o governo legalmente constituído, provado o sentimento de ambições mesquinhas, que os dominava, baldados todos os esforços de assalto ao poder a mão armada, conceberam um plano miserável e covarde, o de eliminação do nosso prestigioso amigo, ou ilustre Doutor Jerônimo Monteiro pelo punhal homicida.
Mais uma tentativa frustrada, mais um crime perverso, que só consciências e asquerosas, que só almas negras e Assassinas podem projetar, vem juntar-se alonga a série de delitos infames que aqui foram perpetuados.
À polícia do Rio de Janeiro deixamos entregue esse fato para que ela saiba fazer justiça a esses heróis façanhudos.
Eis o telegrama a que nos referimos:
"Rio, 17 - o corpo de Agentes de polícia do Distrito Federal, tomou o conhecimento do complô organizado Lírio para assassinar o deputado federal o Dr Jerônimo Monteiro.
Sabiam do complô, segundo declarações dos indivíduos cujo braço ia ser armado para aquele fim, Torquato, João Luiz Alves e Orozimbo Lírio.
O atentado seria a bomba e o caso se falhasse lançaria o mão do punhal.
Ultimamente o Dr Jerônimo Monteiro foi procurado pelo rapaz de nome Santos, em sargento da Força Pública dali, que relatou todas as minúcias do atentado.
Disse que Orozimbo já o fizer a ir para a vitória alistar-se no corpo de polícia, para ali servir como espião.
Diante da Promessa esse indivíduo, que tem o apelido de Santos, aceitou a incumbência, mas, recuou quando Orozimbo quis entregar-lhe um frasco com veneno para despejar na comida do corpo policial.
Para que Santos não fosse preso já lhe tinham arranjado uma patente de Alferes na Guarda Nacional.
Carlos César Souza, que é esse o nome verdadeiro de Santos declarações perante o chefe do corpo de segurança, descreveu minuciosamente todo o seu trabalho de espião e como ia levar informes aos adversários.
Resolveu lhe declarar tudo ao Doutor Jerônimo porque sentia remorsos e magoar-se com Orozimbo por querer o mesmo envolvê-lo no atentado nefando.
Tendo sido destacado um agente para acompanhá-lo este ouviu de Orozimbo Lírio declarações que confirmavam plenamente a existência do conluio.
Quando pensávamos que tudo estava terminado, quando julgavamos que o sentimentos maus incoercíveis dessa oposição indecorosa, estavam esmagados sob o peso da evidência dos fatos, - Eis que surge por detrás dos bastidores os covardes lutadores, os fuzilannes engendradores de ciladas Miseráveis para ferir a socapa aqueles que, de viseira erguida e de Lança em riste, chamam os inimigos para a Arena de luta Nobre e Leal.
O povo espírito santense se sente no íntimo da Alma aponta aguda de acirrados punhais, por esses acontecimentos que tanto desabonam a terra capixaba assediada por essa leva de Aventureiros saudades, que se encucam de seus representantes.
Representantes! Nunca, esses traidores audaciosos, não representam, absolutamente o sentido do povo heroico Desta Terra, que os abomina a todos, usurpadores dos bons proventos das posições, que ele confiamos, julgando-vos capazes de Tais investiduras.
Transaction
Created
1 month ago
Content Type
Language
video/mp4
pt
2022-12-01-10-23-08
Das mais calamitosas as consequências das enchentes no Espirito Santo
As enchentes, no norte do Espirito Santo, parte do sul de Minas e, também, cidades do Estado Rio, ainda não cessaram e em alguns locais, as aguas já escoaram. Deixaram porém, rastro de lama, mau cheiro e, principalmente. devastação nas plantações. Em outros, as inundações persistem inalteráveis, com rios transbordando assustadoramente.
As consequências do aguaceiro que fustigou aquelas regiões são as mais drásticas possíveis. Nesse particular, ressaltamos as interrupções nos meios de comunicações, notadamente rodovias e ferrovias que ficaram obstruídas com desabamentos de pontes, e quedas de arvores e ribanceiras.
CALAMIDADE EM VILA VELHA
Embora as chuvas que há seis dias vem caindo ininterruptamente sobre a cidade de Vila Velha se mostrassem mais fracas durante o dia de ontem, a situação naquela cidade continua sendo calamitosa.
As aguas, após a queda da ponte do rio Jucu (cerca de 60 metros de extensão), continuam subindo assustadoramente. O bairro de Praia Costa tem sido o mais atingido.
O montante dos prejuízos está na casa dos cinco milhões de cruzeiros.
LONGO CONTORNO
Segundo calculo de pessoas conhecedoras do assunto, muitos dias serão necessários para a
recuperação da ponte. Com isso, viajantes que, de automove, demandam do Rio, Campos e Cachoeiro do Itapemirim, com destino a Vitoria, são obrigados a fazer longo contorno, passando pelas localidades de Piúma e Beneventes.
Esses lugares, entretanto, também já estão sendo atingidos pelas chuvas o que também ocorre com Guarapari, Marataízes e Iconha.
TAMBÉM EM AMARELO
A pequena cidade de Amarelo, distante 20 quilômetros de Vitoria. também esta sendo fortemente castigada pelo temporal. Sua população em pânico, não sabe para onde fugir, pois, cerca de 800 metros de estrada que ,recentemente sobre o aterro, pela qual seria a fuga, foram carregados pelas aguas que já estão invadindo os lares locais.
OUTRAS LOCALIDADES ATINGIDAS
CALAMIDADE se deslocou para outras regiões. Rio Jucu deixou inundada Domingos Martins, à margem da ferrovia Cachoeiro-Vitória e a rodovia que liga as duas cidades foi cortada muitos trechos, impossibilitando totalmente as comunicações.
A tradicional Vila Velha, ao pé do Convento da Penha, foi logo a seguir invadida peias águas, provocando a mobilizaçao de todos os recursos do governo estadual para atenuar os efeitos danosos da calamidade.
O governador Carlos Lindenberg se desdobrou em fazendo transferir para a capital centenas e centenas de pessoas desabrigadas, que foram liojadas no Estádio Governador Bley, em igrejas e grupos escolares.
Nada menos de mil crianças toram vacinadas e 600 pessoas atendidas, graças ao desvelo da sra. Carlos Lindenberg, que preside a LBA do Espírito Santo, atividade do diretor do Departamento Estadual de Saúde, dr. Carlos Lindenberg Von Shilgen, a associações de classe e ao fornecimento imediato, pelo Ministério da
Saúde, de vacinas antitíficas.
Os prejuizos são incalculáveis. justificando o apelo do governador capixaba ao Govêrno Federal, no sentido e obter um crédito especial de emergencia (Cr$ 200 milhões inicialmente), para atender às necessidades da população atingida pelo temporal.
Transaction
Created
1 month ago
Content Type
Language
video/mp4
pt
2024-05-31-10-50-29
A Província do Espírito Santo
Vitória, 11 de maio de 1883
Notas do dia
Última palavra. Dissemos ontem, em nossa crônica dos jornais, que de todas as agressões feitas na assembleia e na imprensa aos atos do Dr. Chefe de Polícia na questão Pissarra, o único lado digno de contestação é a insinuação de sua parcialidade no modo de proceder contra liberais e conservadores.
Entretanto, apesar de que nenhum dos fatos arguidos a liberais tem a gravidade daquele que tanto se tem comentado, podemos asseverar que, em todos os casos denunciados na assembleia, aquela autoridade agiu com a mesma energia e hombridade, mandando fazer corpo de delito sempre que lhe chegava a notícia de algum acontecimento dessa ordem; e asseveramos ainda que na secretaria da polícia existem todos os papéis e documentos relativos às diligências realizadas, do que melhor poderá informar-se quem interessar, requerendo as certidões precisas.
Um só dos fatos arguidos tinha alcance idêntico ao que atribuíram ao Major Pissarra: é o da castração de um escravo, que segundo o jornal que o noticiou, deu-se na freguesia de Santa Leopoldina.
Estava na administração da polícia então o Sr. Dr. Epaminondas de Gouvêa, justamente considerado um magistrado probo; procederam-se às averiguações indispensáveis, ordenando-se às autoridades que investigassem o ocorrido, e em 6 de dezembro de 1881, enviou-se ofício à presidência da província remetendo-lhe as informações colhidas, das quais se depreendia a inverdade do pedido do Espírito Santense de 5 de novembro daquele ano.
As partes oficiais da polícia que publicamos diariamente testemunham o zelo com que o honrado Dr. Pitanga atende e providencia sobre todas as reclamações editoriais e inéditas das folhas da capital.
No fato, por exemplo, do Capitão Meirelles, com que tanto têm argumentado os conservadores, o digno funcionário fez efetuar o exame legal, no qual os peritos João Aguirre e Dr. Goulart declararam legítimos os ferimentos, moderados, como se exigia, avaliando o dano em 12; e, se havia ali mais que o suficiente para oferecer à justiça, desde que o senhor estava dentro da lei, e o Dr. Promotor Público mandou arquivar os papéis.
Apontem um só caso em que essa autoridade houvesse claudicado dos seus deveres, e então dar-lhes-emos motivos de clamar porque na questão Pissarra o honesto cidadão não recuou, em respeito à sua toga, diante da ideia de chamar à sua presença um potentado da localidade, cuja inocência absoluta ou cuja criminalidade efetiva só no decorrer do processo poderiam ser acentuadas.
Deixamos, portanto, aqui consignado que essa evasiva invocada, da parcialidade do ilustrado Dr. Pitanga quando se trata de liberais, não passa de uma ideia mesquinha e ridícula, contrária aos fatos e reveladora da desconfiança com que os adversários olham para si, sem argumentos na questão Pissarra, procurando neste atacar a memória do infeliz indiciado.
Jornal "A Província do Espirito-Santo", periódico fundado por Cleto Nunes Pereira e José de Mello Carvalho Muniz Freire.
Transaction
Created
3 weeks ago
Content Type
Language
video/mp4
pt
Fim-de-Semana-de-Guarapari-Revista-Manchete--(1968)
Reportagem de Hugo Góis para Revista Manchete.
Se você vai a Guarapari de carro ou ônibus, é sem dúvida magnífico. Seus olhos vão roçar no melhor trecho de beleza de areia do Brasil, a nossa Costa do Sol, muito além de ver Nápoles e depois morrer.
Mas se você vai a Guarapari a convite do telúrico Pedro Ramos, o prefeito, e de Hélio Rodrigues, o simpático, em um dia de céu azul do aero-comander da Líder, vendo das nuvens aquela natureza confeitada por Deus, então você tem que inventar com urgência um adjetivo.
Pois ainda não existe (mesmo) palavra de transmissão para o que vai acontecer dentro de você. Lá estivemos nós, da O Cruzeiro, e companheiros dos Diários Associados, em pé de vento de fim de semana, numa guinada colorida de 72 horas.
Gente sorrindo, praias generosas, brotos radioativos riscados a capricho, mansões repetindo o gesto de cimento de Beverly Hills, o grande mar chegando às areias em ondas havaianas — enfim, um complô sensorial de grandezas.
No aeroporto, a perfeição amiga de Pedro, Hélio e Jairo Pereira, as potências municipais que completam a obra divina em Guarapari. Depois, ver para crer: eis Meaípe, seu mar alface e sua solidão nutritiva. A Praia do Morro, Perocão e Setiba, esquinas do mesmo céu, com sua paz que coloca os nervos em rede do Ceará.
Os pés livres, calcando a areia, pisando no fim da onda, e os olhos mergulhados no azul. Um aporte para a Enseada Azul, o postal-mais-tudo de Guarapari.
Em toda a orla marítima, o concreto armado em formato de arte, mas funcionando bem para moradia. O cansaço foi se aproximando do fim do dia, e daí, precisamente a batida de caju, começo de serenata debaixo de lua e estrelas. O melhor de Sílvio Caldas, Altemar Dutra, Orlando Silva, o melhor museu da saudade grande. "Para, Pedro, Pedro para, este Pedro é uma parada" - modinha voluntariosa para mexer com o prefeito Pedro — foi bossa de violão e canto em coro, assim como cantavam os gregos de Eurípedes.
Depois houve magia. Umas panelas fumegavam em fogão colonial. Uns seres enigmáticos, silenciosos, andavam de lá pra cá, buscando temperos silvestres. Uma pitada também de pó cinzento de Paris, um orégano mais balsâmico. Enfim, a misteriosa e infinitamente gostosa peixada eclética de Guarapari.
A confraternização cósmica do camarão, siri, caranguejo, mariscos mil e peixes de linhagem azul. Que molho, peixe e pirão. Era proibido comer depressa. Tinha que ser bem de mansinho, foguete, em estado de graça e concentração. Assim improvisamos aquelas 72 horas com o prefeito Pedro Ramos. Homem feliz e completo. E apenas porque tem Guarapari como moldura. Assim estava o restaurante "Gaeta", em Meaípe, onde o prefeito Pedro Ramos, que é visto ao centro, ofereceu um almoço aos jornalistas associados que visitaram Guarapari em um fim de semana.
Transaction
Created
1 month ago
Content Type
Language
video/mp4
pt