falando-com-você-(parte-1)
A resposta parece bem óbvia. Mas será que discutimos o que realmente importa?
Atualmente, basta ligar a TV, acessar a internet ou até mesmo perguntar sobre a situação do país em uma roda de amigos para imergir-se em uma discussão quase sem fim sobre quem é o vilão, quem é o salvador da pátria e quem vai ser preso no próximo capítulo dessa novela em que o cenário político se transformou.
Mas já observou que, na maioria das vezes, ao final dessa discussão, um consenso surge? E ele é o mais pessimista possível: “Não tem jeito. O Brasil é assim!”. Será?
Talvez o primeiro passo seja falar do que realmente importa. Ao invés de tentar procurar culpados, deveríamos nos responsabilizar. Afinal, o povo brasileiro alimenta a cultura de eleição do “menos pior”, achando, ingenuamente, que deve se contentar por haver essa opção. Não temos saída mesmo, não é?
Não! Temos uma saída, sim! Aristóteles já apontou o caminho: é preciso levantar questionamentos, estimular a reflexão. Então, já se perguntou sobre o valor do seu voto? Tente lembrar aí em quem você votou na ultima eleição. Foi em alguém que representa sua luta? Uma pessoa com ideais e coragem de brigar por um país digno? Ou você votou porque alguém pediu para votar? Pois saiba que a culpa do país estar assim pode ser sua.
Seu voto pode até ser só um, mas não precisa significar impotência. Ele é único, mas expressa toda a sua contribuição por um país melhor. Por isso, desperdiçá-lo é uma forma de transformá-lo em “mais um”, banalizando-o. Deveríamos ir ao mais literal sentido da palavra e usar da representatividade para nos expressar! O comodismo é o maior mal do nosso povo. Aceitar o absurdo que vivemos cotidianamente, de uma maneira tranquila, com essa constante sensação de impotência, acaba tirando totalmente o sentido do seu voto.
Não é preciso mirar o macropoder e analisar a Câmara dos Deputados ou os Senadores. Basta olhar para a sua cidade; por menor que seja, é uma representação perfeita dos nossos problemas. Afinal, são nesses locais em que a politicagem “rola solta”. Discutir sobre a corrupção de presidentes da República parece que nos cega, colocando a solução no campo da utopia, sem nos deixar perceber que o problema começa do nosso lado, no nosso dia-a-dia.
Vemos vereadores despreparados responsáveis por legislar em nossa cidade. Vemos secretários que ganharam o cargo simplesmente por terem dado apoio político durante a campanha eleitoral e estão ali só para receber o salário. Vemos prefeitos que estão mais preocupados com as estratégias de reeleição do que com a melhoria e boa manutenção do município. E olhamos para tudo isso com normalidade, porque sempre foi assim.
Pior: no período eleitoral, esquecemos tudo isso e voltamos a brigar por política como se fosse futebol. Associamos os melhores candidatos a quem consegue juntar mais gente em uma passeata ou a quem ofende mais o outro pretendente nos comícios, sem nem ouvir suas propostas. Então, que legitimidade temos para colocar a culpa no prefeito, por exemplo, se fomos nós quem votamos em um político, e não em um gestor?
É assim, com pequenas atitudes, que tentamos mudar nosso cenário político. Tudo isso parece um pensamento utópico, mas, como disse Eduardo Galeano: “A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
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