quimbanda-mercantilista
Nos últimos 10 anos a Quimbanda tem atingido proporções midiáticas que transcende o precário nicho da “cena ocultista” brasileira. Informações relevantes e bem fundamentadas de determinadas tradições, mestres(as), casas e templos se misturam com sandices, mistificações e manipulações marketeiras, alimentadas por uma massa de manobra desesperada por fazer parte de algum grupo pseudo elitista, que imploram pelas enganações de sacerdócio relâmpago, iniciações a distancia e “pactos demoníacos”, que lotam as redes sociais de novos bruxos, quimbandeiros, mestres e sacerdotes.
Acreditamos que o êxodo da Quimbanda para fora das periferias e “guetos” é uma forma de resistência, expansão e vitória para um culto que outrora sobrevivia nas sombras da marginalidade rural ou periférica, mas até que ponto esse crescimento voraz de “mestres e templos” tem sido de fato benéfico para o culto?
É sabido que os aspectos energéticos, litúrgicos e práticos da Quimbanda faz dela ser o que é, uma manifestação cultural, magica, religiosa e marginal.
mas hoje a Quimbanda não esta apenas nas favelas e roças, mas sim em nobres bairros da cidade grande (principalmente), com templos pomposos e “sacerdotes” esbanjando fotos e imagens de dinheiro, bebidas caras, carros e viagens internacionais, com frases de efeito e dizeres “prósperos” como forma de marketing para uma Quimbanda que enriquece e envaidece a carne, ao invés de curar a alma!
Como já dissemos anteriormente, a Quimbanda “mata e cura”, da mesma forma que tem o poder de abrir grandes caminhos financeiros ou fechá-los, e não estamos recriminando mestres(as) bem fundamentados no culto ao qual tiveram uma ascensão financeira, seja através do mecanismo da feitiçaria (real) ou simplesmente pelo suor do trabalho, estudo e investimento pessoal, esses de fato colheram os bons frutos das sementes que plantaram.
Nossa critica vai para uma panela crescente de rede social, que esbanjam informações e conceitos plagiados e deturpados, como se fossem detentores de tal conhecimento, cagadores de regras de um culto que mal deram início, pequenos “feiticeiros comerciais” que prometem riquezas e amores de volta, com menos de 2 anos de pratica fundamentada, templos pomposos e “mestres” que se unem e se separam com a mesma rapidez em prol de uma disputa risível de clientes e “filhos/adeptos”, de quem tem e gasta mais.
Mas porque essa mesma mídia que filma feituras, sacrifícios e marcações corporais, giras e consultas, pouco abordam dos aspectos mais numinosos do culto de Exu, dos milagres, dos conceitos mais profundas da alma, da natureza interna e externa que o culto nos exige a compreender, para que possamos desse veneno que é a Quimbanda, adquirimos o exigir da transmutação do ser?
A resposta é simples,
porque não há interesse…
A Quimbanda se tornou uma válvula de absorção e crescimento de parasitas espirituais. A grande maioria não quer é a Quimbanda pelo o que ela pode lhe fazer, mas sim pelo que ela pode lhe dar, conquistas materiais são mais importantes do que as revelações dos mistérios que a quimbanda guarda.
O que de fato poderia contribuir para o sadio crescimento e expansão do culto de Exu e Pombogira, se tornou mais um pretexto mercantil de angariamento monetário.
A pergunta é quando isso vai mudar?
Quando a Quimbanda vai sair dessa moda mercantilista?
A resposta também é simples, nem tão cedo, ela não precisa mudar, a Quimbanda é o que é, um veneno que deve se tornar antídoto, seu efeito só dependerá de quem a bebe!!!
Enquanto isso devemos, como Exu atuar nas profundezas do culto, livre da contaminação da atual superfície lodosa, que o esgoto comercial propaga através do nome de Exu e Pomba gira.
texto original SSN –
edição e adaptação por Mestre de Quimbanda João do Exu Veludo
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https://www.youtube.com/watch?v=NYjXSVJKbQc
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9 months ago
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