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O Espirito Santo na Exposição Universal de Paris (1889)
Visitantes da exposição, sequiosos de sondar "le environs" de Paris por um óculo, lá de cima da Torre Eiffel, não eram menos assiduos os visitantes do Pavilhão brasileiro.
Toda a gente que ali foi, e ao pavilhão do Brasil fez sua visita, viu, na vitrine das sedas e tecidos a belíssima amostra remetida pelo senhor Virgílio Lambert, de Santa Teresa e para associar a ideia da delicadeza a do vigor e tirar da comparação consequências exatas examinou avidamente as coleções de madeiras retidas pelos senhores Barbosa Atalaya, Doutor Athaíde, Doutor João Maia, Silva Braga, Grêmio do Espirito Santo, Grêmio Cachoeirano, Miranda Jordão, Basílio Emílio, F. dos Santos Machado, Bernardino Malta, Novaes Campus, J.M. Nunes Ferreira, Francisco Passos, Alvarenga Rosa (este cidadão, já falecido remeteu a Sociedade Espirito-Santense de Imigração, que enviou para Paris, além do mais, " une bibliotheque avec échantilons de bois en forme de livre), Sociedade Espirito -Santense de Iimigração, Francisco Tagarro, Martinho dos Santos e outros.
"Echantilons de bois" era a frase pronunciada a cada passo, naquele templo da indústria e das artes, ao depararem os visitantes com os quadradrinhos de arapoca, arariba, guarabu, pequiá, pau-rosa, óleo vermelho etc.
"Echantilons" disto, "échantilons" d'aquilo; os pequenos a acharem adaptáveis aqueles "morceaux du bois" para caixinhas e outras coisinhas mais e os homens, os industriais, a interrogarem a procedência das belíssimas amostras.
"Espírito Santo au Brézil" respondia-se-lhes e muitos tomavam notas instrutivas...
Em outras seções examinou-se dois chapéus: um de palha de milho, outro de fitas de madeira remetidas pelo Clube Cachoeirano (Itapemirim), resina de bicuíba, fayas de Santo Inácio, anda-assu angelim, folhas medicinais enviadas de Viana pelo senhor Nunes Ferreira e outros casulos de bicho-da-seda, oferecidos pelo senhor Lambert; fio de ticum pelo senhor Basílio Leal, cápsulas de algodão branco e amarelo pelo senhor Santos Machado, paina de seda pelo senhor J. Maia, óleo de copaíba pelo senhor Nascimento, casca de quina pelo senhor Novaes, bálsamo indígena e gengibre pelo Senhor Doutor Getúlio Serrano, tônico para o cabelo pelo senhor Vicente Gomes, já falecido; arroz pela Sociedade de Imigração; "arrow-root" pelo senhor Henrique Coutinho; e para não repetir passamos nomes de expositores e de amostras expostas e chegamos "aux échatilloas du café".
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Anchieta,-O-Apóstolo-do-Brasil-(Revista-Tico-Tico---1935)
1935 - Revista O Tico-Tico : Jornal das crianças (RJ) - 1905 a 1961.
José de Anchieta, o apostolo do Brasil, nasceu em São Christovão da Laguna, em Tenerife, uma das ilhas do archipelago das Canarias, a 19 de Março de 1534, sendo baptisado a 7 de Abril seguinte.
Seu pae, João de Anchieta, natural de Guipuzcoa, na Hespanha, descendia da nobre familia dos Anchietas; a mãe, Dona Mencia Diaz de Clavijo Llarena, era filho de Sebastião de Llarena, sobrinho do capitão D. Fernando de Llarena, um dos primeiros conquistadores de Tenerife. Com dezoito annos apenas, José de Anchieta, que sempre dera provas de sua vocação religiosa, ingressava na Companhia de Jesus, a que serviu com excepcional dedicação.
Durante o seu noviciado, soffreu um accidente, cahindo-lhe ás costas uma escada, que o deformou, tornando-o corcunda para toda a vida.
A 8 de Maio de 1553, deixou Lisboa, com destino ao Brasil, incorporado ao terceiro soccorro de missionarios que a Companhia de Jesus para aqui enviava, na comitiva do segundo governador geral, D. Duarte da Costa.
A 13 de Julho de 1553, chegava Anchieta, com seus companheiros, ao nucleo colonial da Bahia.
Tranferindo-se para São Vicente, foi José de Anchieta um dos edificadores da primeira igreja da antiga Piratininga, iniciando, então, a sua actividade de educador, sendo não só o professor dos seus discipulos, mas alumno dos seus proprios alumnos, estudando a lingua indigena e compondo, dentro de alguns mezes, um extenso vocabulario tupy, uma grammatica e dois outros trabalhos, de preciosa utilidade para os missionarios que vinhao emprehender a catechese dos selvicolas.
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2024-04-12-10-19-52
A sessão Páginas da Cidade da Revista Fon-Fon de 1924.
Texto "A Rainha da Cidade de Victoria" escrito por Álvaro Sodré.
Visitar a eu a cidade de Vitória, como forasteiro curioso, quando encontrei, perambulando pelas ruas centrais um tipo original.
Era uma mulher de meia idade, de cor preta, mais bonita do que feia, de chapéu e luvas, sombrinha rendada, fitas e laços espalhafatosos.
Tinha o rosto completamente pintado a guache e a carmim.
Não foi o escândalo das pinturas o que me chamou a atenção, tão habituado eu em olhar as que fazem o sábados nas calçadas da nossa avenida; foram os adereços do seu vestuário.
Chapéu grande de palha tosca, desabado, ornamentado com flores e flores naturais; avencas, cravos e margaridas. No pescoço, colares de vários feitiços e contas de cores diversas. Nos pulsos, gordos e sadios, nus e bem torneados, braceletes com motivos praieiros, conchas, espinhas, barbatanas e mariscos.
O vestido feito de Farrapos velhos, restos de outros vestidos, numa variedade infinita de cores e de padrões costurados a esmo com espinhos de Gravatás e de Laranjeiras brabas.
As pernas, amostra sobre o vestido curto, calçando meias diferentes, de duas e tres cores. Sapatos cambados, velhos, sujos de poeira, sem formas sem feitio quase, cansado de um trabalho insano, de percorrer a cidade inteira.
Nas mãos de unhas brancas rolos de papel, uma "trousse" feita com tampas de lata de biscoitos E aí separadas sombrinha rendada que ela traz sempre aberta, abrigo a sua cutis delicada contra o sol que queima e Castiga.
Toda a gente já conhece naquela cidade e todos a chamam a Rainha, porque ela se diz rainha, sem hora de um Trono Soberana de uma cidade, que governa e dirige com sobriedade.
E pelas ruas centrais da cidade passeia a sua figura grotesca, falando sempre sozinha, rabujando muito, sempre impressionada com os desígnios da sua nação, em volta sempre em sérios problemas administrativos... De quando em vez, deixa o centro da cidade, e vai a pé até a Várzea da Praia Comprida.
Ali, junto às ondas que marulham e se espraiam nas brancas Areias, discursa a imensidade do mar.
E, na praia deserta, batida pelo sol, sua figura tem um relevo especial, sua voz lembra o falar das aves de agoiro, nas tardes tristes nos capoeirões fechados.
Porque ela não protesta nem se exalta; lamenta-se, apenas, Como as aves tristes inutilmente... Ninguém, na cidade, sob contar-me a sua história. a legenda de sua vida.
- É a Rainha - diziam, num sorriso enigmático admirados de minha curiosidade.
É que eu, visitando a cidade pela primeira vez, procurava justamente conhecer tudo o que, para os seus habitantes, já habituados, parecia uma banalidade.
Uma tarde, a porta de um café, Eu ensaiei uma pergunta a Rainha; e, ela, sorrindo com um riso alvar respondeu-me:
- O senhor é muito criança ainda para conhecer o mundo... A vida não é o que todos nós estamos vendo; é um ciclo de perfeições. Por isso, dizem-me maluca, esses que andam pelas ruas, sem destino dos Nobres... O senhor é criança!
Um garoto vadio apupava-a:
- Rainha! Rainha!
E ela, castigada pela ironia inocente, lá se foi, Rua em fora, fantasiada, ridícula, carregando o peso do seu Infortúnio, sorrindo a inveja dos homens e ao despeito das mulheres...
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2023-09-27-10-47-15
As Pedras do Ódio - Revista O Cruzeiro.
Fazenda Jacomi - O Garimpo de Aracruz (1962).
BARRADOS À PORTA DA FORTUNA
Atraídos por por uma verdadeira mina de pedras semipreciosas, recém-descoberta na , Fazenda Jacomi, no município de Aracruz, no Espirito Santo, mil e quinhentos garimpeiros, movidos pela ambição do riqueza, estão sendo contidos em seus propósitos, há mais de 25 dias, por um capitão da polícia e seis soldados armados de metralhadoras, numa situação que deverá perdurar até que a Justiça, de vez se pronuncie sobre ocaso. Do outro lado da cerca de arame farpado e sonho, o dono da mina espera com fé.
SOB AS TENDAS DE LONA, O SONHO
Todas as terras banhadas pelo rio Retiro são férteis em pedras preciosas, mas seus proprietários não descuidaram do dever elementar de registrar as minas.
A única exceção foi Domingos Giacomin, que acordou muito tarde para a realidade. Outros, como Florenço Galesso, firmaram contratos com os garimpeiros. Domingos tentou, ultimamente, mas exigiu demais e os ânimos mais se acirraram.
Enquanto o problema não é solucionado, os garimpeiros construíram uma autêntica Cidade de Lona com barracas em torno da mina.
O garimpo ali é fácil: basta cutucar a terra. Mai de Cr$ 300 milhões já foram obtidos em apenas dois meses de trabalho. Às vezes requer esforço. Mas compensa.
DOMINGOS Otávio Giacomin herdou, de seu pai, uma propriedade de 12 alqueires, às margens do rio Retiro, na Fazenda Jacomi ou Sauaçu. Trabalhava a terra, plantando feijão e arroz, apenas para a manutenção da família. Um dia, debaixo de um frondoso jequitibá, encontrou umas pedrinhas coloridas: azuis, verdes, amarelas, brancas, laranja. Jogou-as fora. Mas eram tantas que acabou por levá-las a Colatina, onde um perito lhe abriu os olhos:
"— Isto vale uma fortuna! São as pedras preciosas mais bonitas que já vi".
E as pedrinhas eram: águas-marinhas, ametistas, esmeraldas e berilos.
Domingos contou o achado a seu irmão, Uldérico Giacomin, e ambos resolveram explorar a mina, esquecidos, porém, do registro. Assim, quando menos esperavam, centenas de garimpeiros, vindos de tôdas as partes do País, se alojavam em tôrno da Fazenda Jacomi, na expectativa de invadi-la e pôr as mãos naquele fabuloso eldorado.
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